O mundo está cada vez mais alerta para a importância de uma problemática urgente: a poupança de água. A boa notícia é que há soluções inovadoras que já estão em prática e que ajudam a gerir este recurso natural de forma mais consciente. O aproveitamento de águas pluviais é um exemplo disso mesmo. Se não está a par das vantagens e de como funciona este sistema, vamos contar-lhe tudo! 😉
Não há dúvidas: a água é um recurso essencial nas nossas vidas e estamos a enfrentar um problema de escassez à escala mundial. A elevada procura, combinada com o aumento da população e atividades humanas, estão a levar a uma rápida redução das reservas hídricas. E a poluição vem agravar ainda mais este cenário, ao afetar a qualidade da água disponível.
Estima-se que até 2025, cerca de 3 mil milhões de pessoas vão travar uma dura batalha com os recursos hídricos (os que ainda restam). Por isso, nunca foi tão urgente fazer um uso eficiente da água como hoje em dia.
Vamos saber mais? 😉
Quais são os benefícios do aproveitamento de águas pluviais?
As águas pluviais são nada mais, nada menos do que as águas da chuva. E o seu aproveitamento tem uma variedade de benefícios – ainda desconhecidos pela maioria, talvez.
No fundo, este aproveitamento consiste numa estratégia sustentável e eficiente para a reutilização da água de uma forma responsável, em ambiente doméstico e não só. Ora veja.
Sustentabilidade
A redução da dependência da água potável contribui largamente para a preservação dos recursos naturais, já que apenas 1% da água no mundo é própria para consumo e o que resta já é pouco para fazer frente às necessidades atuais.
Por isso, o armazenamento das águas pluviais acaba por baixar a pressão sobre rios e reservatórios, preservando os ecossistemas aquáticos e promovendo um equilíbrio ambiental saudável.
Poupança
Ao aproveitar as águas pluviais para fins que não exigem água potável obrigatoriamente, como a rega de jardins, água dos autoclismos ou a lavagem de roupa, por exemplo, há uma redução significativa do consumo de água – aproximadamente 50%. 😯
Além de se reduzir o consumo de água potável, o aproveitamento de águas pluviais ainda vai mais longe e acaba por ajudar a baixar os custos associados ao tratamento e distribuição da água, como a taxa de saneamento.
Combate às inundações ou secas
Os sistemas de aproveitamento de águas pluviais são ainda uma ótima ajuda para reduzir o impacto das cheias, direcionando a água da chuva para o armazenamento e utilização posterior nas tarefas que entender.
Na prática, este sistema acaba por reduzir a carga sobre os sistemas de drenagem das águas pluviais, prevenindo inundações e preservando a infraestrutura das cidades.
Mas não é só. Em períodos de maior escassez de água, como acontece em algumas regiões do país ao longo do verão, este sistema pode funcionar também como um reservatório de água para ser utilizado nestas alturas.
Como funciona um depósito de águas pluviais
O coração do sistema de aproveitamento de águas pluviais (SAAP) é o depósito dedicado ao armazenamento, tratamento e distribuição dessa água. E como é que funciona? É simples. Existem 4 fases com momentos específicos:
Fase 1: captação da água
O processo começa com a captação da água da chuva a partir de superfícies adequadas, como telhados, por exemplo. A água é, então, direcionada pelas caleiras e tubos, garantindo que é encaminhada para o sítio certo.
Fase 2: filtragem
Antes de entrar no depósito, a água passa por um sistema de filtragem avançado. O que acontece é que neste processo há uma remoção da sujidade existente na água, que podem ser folhas ou pequenos insetos até, de modo a garantir que a água armazenada é limpa e adequada para as tarefas necessárias. Assim, a água limpa é direcionada para a fase seguinte, enquanto os resíduos extraídos são direcionados para a rede de água pluvial.
Fase 3: armazenamento
Os depósitos são a peça chave de um SAAP, já que é lá que a água vai ficar armazenada até ser necessária. Por isso, a capacidade do depósito é que vai ditar a sua capacidade de fazer frente às tarefas diárias que precisam desta água. Quanto maior a capacidade, mais água vai conseguir armazenar e, desta forma, terá de recorrer menos vezes à água potável.
Fase 4: distribuição
Quando a água é necessária, o sistema de distribuição entra em ação. Ou seja, bombas e válvulas inteligentes direcionam a água armazenada para os pontos de uso, como sistemas de rega ou autoclismos, por exemplo.
O sistema ainda dispõe de um by-pass que serve, no fundo, para retirar a água pluvial em excesso, quando há uma menor utilização, assim como recorre à rede pública sempre que não existe água suficiente no armazenamento.
É importante lembrar que as águas pluviais não são para usar em banhos ou para cozinhar, por exemplo. Nestes casos, deve usar sempre água potável para evitar riscos desnecessários. O próprio sistema já tem um mecanismo que evita o cruzamento da água tratada com a rede pública, precisamente para não existir qualquer tipo de contaminação. 🔴
Aproveitamento de águas pluviais nas cidades
As cidades são responsáveis por um grande consumo de água. Por isso mesmo, o aproveitamento de águas pluviais pode ajudar a reduzir esse consumo desnecessário de água potável.
A reutilização destas águas já é uma prática comum em muitos países em todo o mundo. Algumas cidades até já têm leis que obrigam os edifícios a instalarem sistemas de aproveitamento de águas pluviais. Outras oferecem incentivos financeiros à instalação destes sistemas.
No fundo, esta prática é mais um passo para se ir ao encontro da sustentabilidade urbana, onde a gestão eficiente da água é de extrema importância, quer nas infraestruturas quer nos espaços verdes.
Relativamente às infraestruturas, as águas pluviais são responsáveis por garantir a segurança, qualidade e acessibilidade ao abastecimento hídrico, ao mesmo tempo que ajudam a reduzir perdas e otimizar o consumo.
No caso dos espaços verdes, elas ajudam a permeabilizar o solo, retendo a água, o que contribui para a preservação do espaço urbano. No final, ainda é possível alcançar a purificação do ar, o estabelecimento de condições bioclimáticas favoráveis ao conforto urbano, a redução do consumo hídrico dos próprios espaços verdes e a melhorar a capacidade de enfrentar as mudanças climáticas e fenómenos meteorológicos extremos.
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