São conceitos opostos e estão na ordem do dia – e ainda bem, porque é necessário repensar, economicamente, os nossos consumos. 🙂 Mesmo que já tenha cruzado com o tema por aí, será que ficou a compreender realmente bem as diferenças entre economia linear e circular?
Para começar, importa perceber que vivemos num conceito de economia linear, mas olhamos para o futuro com o desejo de o vivermos de forma circular. Ficou confuso? Vamos explicar tudo neste artigo. 😉
O que é a economia linear?
Extrair, produzir e descartar – este é o mote da economia linear, que predomina no mundo atual.
Num sistema de produção e consumo linear o crescimento económico está dependente de recursos finitos, as matérias-primas, o que nos coloca num risco iminente.
Não é novidade que o mundo consome cada vez mais… E é exatamente por esta razão que há menos recursos disponíveis e que os custos de extração não param de aumentar. O que é que isto nos traz mais para a frente? É simples: insegurança e incertezas sobre o futuro – tanto no que diz respeito ao fim de determinados recursos, quanto aos preços que começam a ser praticados. 🙁
Se juntarmos a esta equação os problemas relacionados com a extração de recursos e a questão insustentável do descarte dos nossos consumos, o amanhã torna-se um bocadinho mais preocupante (ainda mais).
A poluição é uma questão alarmante
Sabia que a poluição que produzimos hoje não tem precedentes?
O nosso modelo atual de economia é o que mais gera resíduos impossíveis de reaproveitar e, muitas vezes, potencialmente tóxicos para nós e para o meio ambiente.
O que é a economia circular?
Em resumo simples e fácil de entender (e ficar fã 🙂 ), o modelo de economia circular cria um sistema de produção e consumo assente em verdadeiras mudanças. Nele, há uma redução de consumo e mais reutilização/recuperação/partilha/reciclagem de produtos.
Na economia circular, a fabricação e o consumo estão relacionados dentro de uma lógica de cadeia cíclica, que estende a vida útil dos materiais que hoje seriam apenas mais resíduos instantâneos.
Mas ser circular não é apenas adotarmos um conceito de economia mais “verde” e amigo do planeta: é, também, priorizar o desenvolvimento económico – mas de uma outra forma, como através de novos modelos de negócios e uma melhor utilização de recursos naturais.
A economia circular é melhor do que a economia linear?
Então, sendo a economia circular um modelo oposto ao linear, significa que é o melhor para o futuro? Sem margem para dúvidas, a Goldenergy acredita que sim. 🙂 O conceito circular nasce para que possamos, local e globalmente, guiar os nossos primeiro passinhos de mudança. Superar as questões problemáticas do modelo linear é um verdadeiro desafio, que nos traz imensos dilemas. Por isso mesmo, o modelo do futuro é aquele que nos ensina novas e mais inteligentes formas de coabitarmos neste planeta.
Vamos, agora, entender mais sobre as razões que tornam a economia circular numa aposta para o futuro?
Mundo sem lixo
Uma das propostas mais importantes da economia circular é a de eliminar o conceito que temos de lixo. E parece-nos tão mais bonito viver num planeta com menos lixo! 🙂 A intenção é que todos os materiais presentes na nossa cadeia de consumo sejam possíveis de reaproveitar nos chamados fluxos cíclicos. É o conhecido conceito “Cradle to Cradle” – ou, em bom português, do berço ao berço. Assim, preservando o seu valor, cada material vive um ciclo prolongado, de produto em produto.
Neste conceito, deixamos de estar preocupados apenas com a gestão dos nossos resíduos: a cadeia de produção tem interesse nos descartes, pois é deles que saem os próximos produtos. Assim, a gestão dos resíduos torna-se do interesse de todos e deixa de ser visto apenas como uma questão de saneamento, passando a estar no centro da economia.
Esta nova forma de pensar tem tornado possível esclarecer muitas dúvidas sobre como seria possível transformar o sistema industrial, económico e social que temos hoje. Surge para nos oferecer ferramentas e caminhos capazes de superar imensos desafios inerentes a tamanha mudança.
Imagine os produtores de olhos postos nos descartes. Os profissionais atentos aos resíduos, a trabalhar no design dos seus serviços, sistemas e produtos. Parece incrível, não é? E é incrível mesmo – mas, para além de incrível, é também possível. 😀 É para isto, para criar este amanhã, que muitos de nós já estão a arregaçar as mangas hoje.
Futuro bem desenhado e circular
O conceito circular de economia é um movimento que já se constrói há décadas, pelas mentes e mãos de múltiplos setores e atores da sociedade – governos, fundações, organizações diversas, empresas e, claro, cidadãos.
A ideia é realmente mobilizadora e aponta para inúmeras vantagens, nunca antes vistas no que diz respeito à interação entre pessoas e planeta – algo que nós, da Gold, acreditamos e trabalhamos, todos os dias, para tornar possível.
O novo conceito circular oferece uma perspetiva possível, ao mesmo tempo em que nos ensina a ter outro tipo de relacionamento com materiais e bens. Nesta nova forma de estar e de viver, questões como economia de energia e recursos não seriam um problema, mas sim parte da mentalidade criada para o sistema. Novos tipos de negócios já estão, a partir daí, a ser desenhados – e, com eles, novas posições de trabalho e mais empregos locais.
Principais diferenças entre economia linear e economia circular
- A economia linear surge antes do conceito de sustentabilidade, enquanto a economia circular é uma ideia que assenta na sustentabilidade.
- No sistema linear não existe política de sustentabilidade. No circular esta política faz parte de todas as camadas do sistema económico.
- O modelo linear estimula maior consumo, enquanto o circular quer reduzi-lo.
- Na economia linear, para cada consumo há a necessidade de extrair material e de descartar resíduos – práticas sistemáticas hoje reconhecidas como impraticáveis a médio e longo prazo.
- No modelo circular, a vida útil de matérias e produtos é prolongada através de recuperação, partilha, aluguer, reciclagem…
- No sistema linear existe apenas alguma preocupação com a gestão de resíduos, por uma questão de saneamento, que não é uma prioridade global.
- No sistema circular os resíduos fazem parte dos negócios e, por isso, todas as camadas (social, económica e política) estão atentas e trabalham na gestão dos resíduos.
Exemplos de economia linear e circular
Exemplos de economia linear
Infelizmente, vivemos num mundo onde ainda imperam as leis da economia linear – embora já estejamos a caminhar para as mudanças. Os exemplos são mais do que muitos e seria impossível fazermos uma lista, mas podemos citar alguns hábitos de consumo que fazem parte da estrutura linear.
Fraldas descartáveis – quer maior exemplo de cultura linear? Produzem-se, vendem-se, são consumidas e descartadas. Nos três primeiros anos de vida, cada bebé gasta uma média de seis mil fraldas e cada uma delas vai precisar de 450 anos para desaparecer do meio ambiente. E quem fala de fraldas descartáveis, fala também de pensos higiénicos.
Sacas de plástico/artigos de embrulho – vamos pensar na utilização indiscriminada de sacas de plástico para as compras, que até há pouco tempo atrás não eram cobradas aos clientes e eram oferecidas sem qualquer tipo de controlo. E, que tal, pensarmos na quantidade desnecessária de material de embrulho para oferecer que gastamos em aniversários, Páscoa, Natal? Aonde vão parar imediatamente após cumprirem a sua função? Viram resíduos, claro.
Embalagens de plástico – São incontáveis os produtos de compra disponíveis nos supermercados que são embalados em plástico e fazem parte da nossa rotina diária, de alimentação e da casa: desde chocolates, a garrafas de água, chiclets, produtos de limpeza… E a lista não tem fim. Sempre que puder, prefira embalagens em cartão ou vidro e, em todas as situações, nunca se esqueça de separar os resíduos e de os descartar nos contentores da reciclagem.
Fast-food, fast-fashion, fast-tudo – Tudo o que é fast é concebido para gerar cada vez mais consumo e, por isso, faz parte do conceito de economia linear. A ideia é comprar em quantidade e pagar pouco de cada vez, mas a verdade é que os ciclos de vida dos produtos fast são reduzidos e esta é uma característica que aumenta a necessidade de consumo. Exemplos: fast-food de hambúrgueres baratos e repletos de embalagens, palhinhas, etc.; grande parte das lojas de roupa e acessórios que vemos nas publicidades e centros comerciais; comércio de produtos e bens para a casa a preços reduzidos e menor durabilidade.
Exemplos de economia circular
Nespresso: a gigante das cápsulas de café investiu pesado em medidas de transformação dos seus resíduos, como o centro de reciclagem de cápsulas. Nele, o alumínio é reciclado várias vezes e o resíduo do pó de café transforma-se em adubo. 😉
Ikea: talvez para contrariar a sua essência linear, natural de uma marca que nasceu para criar fortes estímulos ao consumo num tempo em que a sustentabilidade era um conceito distante, a sueca que ganhou o mundo alcançou um destaque extra nos últimos tempos, depois de anunciar que vai passar a comprar móveis usados dos seus clientes.
Goldenergy: utilizar e fornecer serviços através de fontes de energia renovável é ser circular. Na Goldenergy acreditamos e investimos no futuro de uma economia circular, porque entendemos que o planeta tem recursos finitos e que o nosso bem-estar do amanhã está já em risco. Por isso, apostamos em energia 100% verde e queremos passar a palavra da mudança aos portugueses. 🙂
Se, como nós, entende que a transformação começa em cada um … Que tal dar um passinho pelo amanhã, já hoje? Escolha consumir energia renovável. É tão simples. Fale connosco sobre as suas opções – que incluem, também, poder ter a sua própria fonte de energia renovável aí em casa, como os painéis solares da Gold.
Adira já e comece a poupar recursos e euros nas suas faturas. Já sabe: quem muda, muda para a Gold. 😉